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17:34


O cinema brasileiro está em uma época excelente. Nunca nossos filmes foram tão assistidos. Parte pelos próprios, que estão em um patamar de acabamento e criatividade muito acima da maioria as produções norte-americanas, e parte pela publicidade que é feita em cima deles.

Levando isso em consideração, nada justifica a volta as raízes da pornochanchada dos anos 80 feita por Moacyr Góes em O Homem Que Desafiou o Diabo.

O filme conta a história de José Araújo (Marcos Palmeira). Um caixeiro viajante que passa pela cidadezinha de Jardim dos Caiacós vendendo tecidos aos comerciantes locais. Um deles é o “Turco” (Renato Consorte) um velho dono de um armazém, pai de Dualiba (Lívia Falcão). Entusiasmado com a bela filha do comerciante, Zé acaba se envolvendo. No dia seguinte ele é obrigado pelo pai da moça a se casar, começando assim um martírio na vida daquele (agora ex) caixeiro. Depois de passar por uma inusitada situação com sua mulher, Zé Araújo acaba sendo alvo de risos entre os moradores da cidade, tornando sua ira mais forte que o domínio que sua esposa e o turco tinha sobre ele. Assim, ele muda seu nome para Ojuara (Araújo ao contrario) e sai pelo sertão em busca de.... Bom, acho que nem o roteirista sabe.

Roteiro, aliás, que foi escrito com o propósito de mostrar o máximo de vezes a Fernanda Paes Leme semi-nua. A história é recheada de cenas de sexo, algumas delas bizarras. Sem motivo narrativo algum. Suas sub-tramas são abandonadas de forma absurda. Exemplo disso é quando três espíritos aparecem no caminho de Ojuara e pedem para ele não passar a noite na casa amaldiçoada pelo “Cão Miúdo” (Helder Vasconcelos). A função deles é apenas essa, depois o filme esquece de dois deles e trabalha de maneira irritante com o brilhante Antônio Pitanga. Que desperdício.

O resto das atuações contrasta. Consorte está impagável como o turco, Helder faz um diabo engraçado e ao mesmo tempo remete um medo necessário ao espectador, o Coronel vivido por Sergio Mamberti tem pulso firme e ao mesmo tempo carismático, Lívia Falcão está ótima.

Por outro lado, sobra Flavia Alessandra (nua), Fernanda Paes Leme (nua) Juliana Porteous (Nua). Sobra marcos Palmeira, que faz um Ojuara/Araújo irritante de tão parecido com outros gêneros nordestinos que fez na TV.

A direção televisiva de Moacyr Góes é bem presente. Close, close, close e por ai vai até o fim. Nada de novo. Porém acerta em utilizar fotografias diferentes quando retrata a época de Zé Araújo e a de Ojuara. Aliás, essa última, carregada em um amarelo bem forte, é belíssima.

A retratação de passagem de tempo é inadequada, o espectador só sabe que os anos se passaram depois que Ojuara se encontra com Zé Pretinho. Pronto, passaram-se 10 anos. Aliás, outra trama abandonada.

O Homem Que Desafiou o Diabo é um filme que teve uma publicidade muito alta para um filme que não corresponde à altura. Mas é preciso que os diretores usem isso de forma a respeitar o espectador. Vamos garantir a qualidade do produto que vendemos, nem custa tanto vai...


Enviado por Adriano (O Editor)

18:40

No Texto de 3 de Setembro, quando escrevi sobre as três partes de A História Sem Fim, tentei mostrar que algumas idéias de continuação poderiam ser arriscadas, principalmente quando se cria a partir de uma obra única. A Saga de Bastian, concebida pelo escritor alemão Michael Ende, terminou em um terrível fracasso cinematográfico, sendo um insulto a inteligência do espectador.

Como eu disse também, nem todas as trilogias estão destinadas ao fracasso. Um exemplo claro de criatividade e brilhantismo (olha só) vem da mesma época. De Volta Para o Futuro virou um clássico, quase uma unanimidade na geração 80 e mesmo hoje, 20 anos depois, ainda consegue divertir de uma maneira simples: com uma boa história de aventura.

1985, Hill Valley. Marty McFly (Michael J. Fox) é um adolescente tipicamente americano: com seu skate, tênis ao estilo All Star, jaqueta do time da escola, sua guitarra e sua bela namorada Jennifer (Claudia Wells). Tem uma incomum amizade com o Dr. Emmet Brown (o brilhante Christofer Lloyd), um cientista-inventor um tanto “desenquilibrado” (isso define bem). “Doc”, como é chamado por Marty, constrói um equipamento que é capaz de de viajar entre as épocas em um piscar de olhos, a máquina do tempo. Depois de instalada no chassi de um Delorean, Doc e Marty vão para a praça central da cidade, a frente do prédio do relógio, para testes o experimento. Por causa de uma série de contratempos (incluindo uma perseguição de traficantes de urânio enriquecido) Marty é acidentalmente encaminhado para o ano de 1955. No meio de uma Hill Valley completamente diferente, Marty precisa encontrar o Doc Brown daquele tempo para consertar a máquina e envia-lo para o ano correto. Mas antes precisa arrumar um contratempo. Sua jovem mãe (Lea Thompson) se apaixona por ele e faz com que não perceba George (Crispin Glover) que um dia seria seu marido e, consequentemente, pai de Marty.

Complicado né? Bom, isso é só o começo, o filme nos leva a idéias interessantes de como era a juventude de nossos pais, como que eles se conheceram, se relacionavam. Muita coisa daquele mundo mexe com nossa imaginação, pois se trata do “de onde viemos”. Alem de tudo isso, o filme é engraçadissimo e bem montado, o trabalho de arte é impressionante, as fachadas dos anos 50 são bem realistas (se tratando de uma produção de 1985).

Claro que nada disso seria interessante se não fosse a força do roteiro de Robert Zemecks, que também assina a direção, e Bob Gale. A história é um absurdo. Um absurdo extremamente divertido.

Uma continuação seria invitável. Em De Volta Para o Futuro - Parte II, Doc leva Marty para o ano de 2015 a fim de concertar uma desgraça que destrói a família McFly. Enquanto isso, o velho Biff (Thomas F. Wilson) “pega emprestado” o DeLorean e volta para 1955 dando para sua versão jovem um almanaque com resultados de jogos a fim de que ele enriqueça com apostas.
Devido a isso, quando Marty e Doc retornam a 1985, Hill Valley está totalmente deformada. Cheia de Marginais, ruas escuras e sujas e carros pegando fogo. Biff é o dono dela. Vendo esse cenário trágico, Eles têm que voltar a 1955 para destruir o almanaque de biff e fazer a cidade voltar ao normal. Claro, Marty não pode cruzar com o outro Marty (o que foi pela primeira vez para esta data). Ufa!

Deliciosamente mais complicado do que a primeira história, o roteiro foi muito bem trabalhado e a direção de Zemecks é esplendorosa. Trazendo todas as conseqüências das viagens sempre com inteligência.

O trabalho de arte, mais uma vez, é primoroso. A Hill Valley futurista é maravilhosa e realista. Os acessórios, como roupas, brinquedos, etc. são muito criativos. Mesmo a piadinha com o filme Tubarão 19 de Spielberg (que assina a produção deste) é bem interessante. Isso por que não citei a Hill Valley de biff em 1985. Destruída e citiada por marginais, sempre escura e desértica.

Pra fechar a trilogia, simultaneamente gravada com a parte 2 e lançada com 6 meses de diferença, Robert Zemecks faz uma loucura e muda completamente o ritmo da trilogia. E o melhor, funcionou maravilhosamente bem.

Depois dos acontecimentos do filme passado, Marty recebe uma carta de Doc, datada de 1º de Setembro de 1885. No escrito, Brown diz que sua vida está ótima e que não quer que o tragam de volta. McFly encontra o DeLorean enterrado em uma mina, conforme o escrito do doutor, e próximo ao veículo uma lápide onde se encontra o corpo do doutor-ferreiro, morto 5 dias após ser encaminhado para o passado. Marty agora precisa voltar a 1895 e evitar mais uma tragédia. Depois de chegar ao Velho oeste, o Delorean sofre um vazamento de gasolina impossibilitando assim que a máquina atinja as 88 milhas necessárias para voltar (a gasolina seria fabricada apenas no próximo século). Doc e Marty precisam fazer de tudo para que o carro chegue na velocidade desejada utilizando uma locomotiva a vapor. Paralelo a isso, Doc se apaixona e Marty tem um duelo marcado com o tataravô de Biff, Buford “Bad Dog” Tannen.

Menos complicado que o segundo, porém não menos divertido, o filme traz sempre uma narrativa bem desenvolvida. Fazendo Doc como ferreiro, Zemecks cria uma situação interessante, já que naquele tempo, a física era feita por artesãos. Marty se encontra meio que em segundo plano neste filme, pois o romance e o fato da perseguição de Bad Dog deixam o Doutor em situação muito mais angustiante.

Novamente a a Hill Valley do velho oeste, pequena e perigosa, foi muito bem trabalhada. Uma cidade pacata com moradores típicos (barbeiro, xerife, prefeito e agente funerário) sempre nos dá a impressão de que alguém vai morrer, claro que o diretor nos mostra isso sempre de uma maneira cômica. O retrato dos custumes e da forma de vida (vide o copo d’água ou o Whisky).

A resolução da história é feita de uma maneira angustiante, fórmula conhecida pelos outros dois episódios. O próprio Marty reconhece isso (“porque as coisas acontecem sempre na ultima hora”). Esse é o grrande trunfo, não só desse, mas de toda a trilogia. O tempo rege nossas vidas.

Devido a tudo isso que De Volta Para o Futuro é, sem dúvida alguma, uma das mais bem sucedidas experiências comerciais do cinema norte-americano de todos os tempos. O carinho do público por esses personagens, a maluquice da história, a fabulosa e inesquecível trilha sonora, e o trabalho excepcional de toda a equipe pra fazer cinco Hill Valleys diferentes e expressivas, tudo isso fazem desta trilogia uma referência para qualquer história que seja criada após ela. E mesmo com uma satisfatória resolução do terceiro capítulo, eu gostaria de ver novamente Doc, McFly e o DeLorean viajando pelo tempo.


Enviado por Adriano (O Editor)

14:18


Entende-se que nomes como Xuxa, Renato Aragão ou Sergio Mallandro são ligados a produções de baixo valor cultural com a desculpa de serem “para os baixinhos” (Sérgio tavez seja exceção hoje, pois rendeu-se a baixaria para “adultinhos”). Atrocidades como Xuxas Gêmeas, Xuxa Requebra e Didi e o Fantasma Trapalhão, são cometidas por produções incompetentes e que não agregam valor algum as cabecinhas inocentes de nossas crianças.

Isso prejudica não só a garotada, que talvez seja forçada a gostar da rainha dos baixinhos com seu programa todo colorido ou então de Didi e sua trupe de jovens garotões sem talento, mas também a imagem do cinema nacional. Fazendo-se uma infeliz referencia daquilo que é produzido no país.

Mas será que sempre foi assim?

Caros leitores. Por incrível que pareça, esses ícones apareceram justamente na época em que o cinema brasileiro passava por uma crise de criatividade (entende-se: ditadura militar) e dentro do mundo infantil, fizeram não só filmes bons, mas clássicos, como esse que voz digo:

Os Saltimbancos Trapalhões conta a história de quatro ajudantes de circo (dispensa apresentações) que, com suas maneiras e peripécias acabam sendo a grande atração do espetáculo. Enquanto eles divertem a platéia com suas maluquices, o Barão lucra alto com a exploração e o sucesso da trupe. Paralelo a isso, o trapezista Frank e a bailarina Karina (Lucinha Lins, bela e talentosa) tentam viver um romance proibido pelo pai da moça, o próprio Barão. Depois de descoberto os planos para extorqui dinheiro dos pobres palhaços e de um suposto abandono do circo do trapezista, Karine e os 4 trapalhões resolvem tentar a sorte na cidade, longe dos domínios do Barão.

Com um roteiro extremamente bem escrito por Renato Aragão e Sérgio Bardotti, o filme está longe de ser as produções que viriam a acontecer uma década depois. Trata-se de um texto bem formatado, com os acontecimentos ocorrendo de forma natural, um esquema muito bem montado do começo, quando são “descobertos” como astros pelo Barão, passando pelo o momento em que tomam a descisão de deixar o circo e terminado num final que podemos até dizer “poético”.

Somados as ótimas gags dos protagonistas, sempre em momentos oportunos e precisos, o filme nunca é cansativo. Nota-se até um certo dom artístico no cachorro Bobby, que, em um momento hilário, coloca Mussum e Zacarias pra correr.

A trilha sonora escrita e baseada na obra “Os Saltimbancos” de Chico Buarque é perfeita. Aliás, trata-se de uma das grandes maravilhas da música brasileira. As letras são extremamente inteligentes, engraçadas e mostram com uma suavidade incrível, o retrato do povo brasileiro, que, trabalha uma vida para conseguir o suficiente pra sobreviver. Ás vezes por um prato de “macarrão” segundo Zaca. A interpretação de Lucinha Lins para a canção História de Uma Gata é feita de uma maneira graciosa, Lucinha tem o tom perfeito para a musica, enquanto os quatro fazem a alegria daquele momento contagiar o publico.

O Saltimbancos de Didi e sua turma não é apenas uma comédia para se assistir na sessão da tarde. É um filme para se ter em casa e revive-lo sempre que as incertezas da vida batem a porta. Além da lição de que somos capazes mudar as coisas para melhor, ele nos dá a maior e a mais simples das felicidades, o riso.

Cotação: (*)(*)(*)(*)(*)


Enviado por Adriano (O Editor)

16:41



Caso tenham tempo, acessem o arquivo abaixo com a entrevista na íntegra:

Revista Ponto-e-vírgula


Enviado por Adriano (O Editor)

16:16

Não é mistério que as trilogias nascem por motivos comerciais. Com exceção de obras como Senhor dos Anéis ou o ainda inédito A Bússola Dourada (1ª de 3 do romance Fronteiras do Universo), as trilogias ocorrem por causa do sucesso de seu primeiro capítulo. Em alguns casos os 2 últimos capítulos são tão bons quanto o primeiro (De Volta Para o Futuro, Piratas do Caribe, O Poderoso Chefão), em outros casos a terceira parte sempre deixa a desejar (que, por motivos desconhecidos, a maioria segue a mesma sina). O importante é saber que as trilogias são feitas para se ter uma noção de começo, meio e fim, de uma maneira simples, que não deixe o espectador com vontade de “quero mais” e a produtora lucrar com franquias que podem se tornar até maiores.

Nas próximas linhas vou comentar sobre uma série que nasceu para ser fantástica, mas foi destruída pelo comercialismo de seus produtores, pela incompetência dos diretores, enfim, pela incapacidade dos seus idealizadores de fazer uma adaptação forte e seguindo os princípios de seu criador.

É notável que, quando o alemão Michael Ende escreveu o best-seller A História Sem Fim, o universo diegético era pura e somente uma idealização de Bastian, um menino que tinha medo do mundo e se apegava aos personagens dos seus livros de aventura. Tudo que acontecia com Atreyu durante a história era na verdade os medos e as ambições do próprio Bastian.


O primeiro filme da série consegue nos levar a esse significado. De forma brilhante, o diretor Wolfgang Petersen tomou muito cuidado com as atitudes de Bastian e sua participação dentro daquele mundo. Fantasia era a imaginação do próprio menino fluindo pelas páginas do livro. Em diversas cenas vemos que o comportamento e as vontades de Bastian são idênticas as de Atreyu. Bastian era Atreyu!

Tanto é evidente isso que quando o menino guerreiro olha para o espelho da verdade (que traz a imagem do seu próprio “eu”) vê a imagem do medroso leitor.

A História Sem Fim simboliza a fantasia na mente de Bastian, que com o tempo vai se perdendo. O “nada” dominará. Esse é o ponto chave do filme. Não deixe seus sonhos, seu mundo, sua juventude ser dominada pelo “nada”.

“Mas o que importa isso??? Quero é ganhar dinheiro” disse o produtor... Depois da maravilhosa proposta do primeiro filme, a Warner resolve lançar uma continuação. DESTRUINDO TODO O SIGNIFICADO DAQUELE MUNDO.

A História Sem Fim 2 é completamente equivocada. Primeiro por que Bastian agora pode ir à fantasia como num passe de mágica e ele e Atreyu são “grandes amigos”.

Pra começar, a direção de arte é pobre. Os figurinos parecem de escola de samba, cheios de lantejoulas e pedrinhas que brilham (fizeram questão de enfeitar até o pobre Falco). A escolha do elenco é completamente absurda. Nenhum se parece (nem de longe) fisicamente com os personagens do primeiro episodio. Bastian é um menino gordinho e feliz. Atreyu só possui o cabelo liso e ganhou uma cordinha na testa. A imperatriz menina agora usa um Black-Power (!).

Os efeitos especiais são ridículos e desnecessários, mesmo com a tecnologia sendo quatro anos mais avançada. O dragão da sorte não parece voar.

Mas vamos falar da história (história???). Bastian vai até fantasia para salva-la de uma bruxa malvada (!). O roteiro tem todos os clichês do gênero, desde a não aceitação de Bastian pela a ajuda de Atreyu, a fácil manipulação da bruxa com o menino, e a superação de limites (nem fábulas dos anos 60 adotam essas lições de moral ultrapassadas). A bruxa não tem um objetivo, ela quer apenas fazer o mal. Que bruxa malvada.

Malvados talvez sejam as pessoas que escreveram, dirigiram e produziram isso.


Existe a uma terceira parte. Mas ela é tão medíocre, que não possui nada da história. Só pouparam os nomes dos personagens. Alguns deles, diga-se.

A história sem fim teve tudo para ser tão brilhante quanto diversas trilogias feitas até hoje. Mas esqueceu que a história já existe. Em algum momento as regras foram lançadas e logo em seguida foram quebradas. Um desperdício. Talvez agora saibamos a razão da família do Autor ter processado a Warner...

A História Sem Fim
Cotação: (*)(*)(*)(*)(*)

A História Sem Fim 2
Cotação: (*)(*)

A História Sem Fim 3
Cotação: (*)


Enviado por Adriano (O Editor)

14:21


Confesso que os amigos Laranjinha e Acerola nunca me chamaram a atenção na TV. Motivos? Não sei. Talvez o fato de ser uma série global, utilizar uma fórmula já conhecida em Cidade de Deus (até o nome é uma referência). O fato é que a dupla não conseguiu na telinha a mesma química que tivemos com a história de Buscapé e sua câmera fotográfica. Enfim, depois de várias temporadas medianas da série, Cidade dos Homens precisava de um fechamento de bom gosto. E olha, me surpreendi do começo ao fim dessa projeção.

A ultima aventura nos leva novamente ao Morro da Sinuca onde moram os protagonistas. Ás vésperas de completarem 18 anos, Laranjinha (Darlan Cunha) busca a verdade sobre seu desconhecido pai e Acerola (Douglas Silva) tenta conciliar as responsabilidades com seu filho e as diversões da sua juventude. Mas a paz é sempre relativa na favela, e eles se vêem no meio de uma luta pelo poder do morro. Nefasto (Eduardo BR), ex-companheiro de Madrugadão (Johnatan Haagensen), se corrompe e tenta tomar o tráfico da região, iniciando uma guerra contra o seu antigo mandante. Nessa situação caótica, os dois amigos são forçados a rever os valores de suas amizades e os objetivos que teriam que traçar dali por diante.

Escrito por Elena Soárez, o roteiro é excelente, trazendo uma narrativa muito bem desenvolvida, onde tudo se encaixa com uma perfeição fantástica. Desde o começo quando Acerola começa a questionar seu senso paterno, até a hora em que o mesmo se vê como participande da guerra, ou então os fortes diálogos iniciais de Laranjinha com seu pai até o singelo futebol solitário entre pai e filho. Tudo é muito bem planejado, os diálogos são primorosos e naturais, somando-se a espontaneidade dos atores o resultado é uma história muito bem contada.

O diretor Paulo Moreli mostra que tem extremo domínio e conhecimento sobre a 7ª arte. Logo nos créditos iniciais, somos apresentados aos principais desde que eram crianças, sem precisar que o espectador tenha assistido a série para entender o vínculo daquela amizade. Os planos muito bem desenvolvidos sempre nos dão a sensação de que a situação não está totalmente sobre controle. A fotografia carregada no granulado amarelo trás um aspecto envelhecido, o que torna aquela realidade triste e perigosa muito mais evidente. Alem de acertar nesses aspectos técnicos, Paulo ainda nos mostra o horror da guerra dos traficantes sem precisar filmar a violência. Quase não se vê sangue. Mesmo assim, apenas com os efeitos de câmera e sonorização, a realidade daquele combate é muito evidente.

A trilha tem o peso necessário aos acontecimentos. Não só os acordes fortes que envolvem a realidade do morro como as sutis passagens de cenas (improvisaram de forma magnífica a voz de Heveraldo cantando no chuveiro enquanto filmaram Laranjinha deitado no sofá e acerola sentado na escadaria sem ter pra onde ir).

Cidade dos Homens é um filme que, mesmo com o já conhecido ambiente fílmico da favela, deve ser visto e revisto, pois sua história é singela e emocionante mesmo no meio de uma violência inescrupulosa que existe no morro carioca. Esqueça a série!!! Vá já para o cinema.

Cotação: (*)(*)(*)(*)(*)


Enviado por Adriano (O Editor)

17:53


A televisão é uma linguagem que nasceu do cinema. O formato da tela, o posicionamento de câmera, enfim, tudo o que vemos na teledramaturgia veio da 7ª arte. O cinema, por sua vez, está em constante evolução, o que vemos hoje não é igual ao que víamos nos anos 80, por exemplo. Mas existem diretores que acham possível levar uma linguagem ultrapassada para um patamar de extrema sofisticação. Primo Basílio é um exemplo claro. Uma típica adaptação em tom novelesco e sem sal.

Baseado na obra de Eça de Queiros, o filme conta a história de Luísa (Débora Falabella), jovem e bela esposa de Jorge (Reynaldo Gianecchini), um Engenheiro envolvido nos projetos da nova capital. Em uma apresentação no Teatro municipal de São Paulo, ela reencontra Basílio (Fábio Assunção), primo com quem teve um caso de amor no passado. Depois que seu marido vai para Brasília, Luzia começa a se encontrar com o primo tornando a relação mais “intima”. Tudo anda bem até que a empregada Juliana (Glória Pires) descobre o caso de amor e tenta chantagear a patroa com as cartas que ela mandava para o amado.

O roteiro extremamente fraco de Rafael Dragaud tenta colocar em uma trama pesada várias piadinhas. Trata o espectador como um demente, tornando a narrativa totalmente sem nexo. Aliás, não são apenas as tentativas de humor que fazem do escrito um desastre. Os diálogos são péssimos e óbvios, sabemos as ações e as falas dos personagens antes deles abrirem a boca.

Daniel Filho já provou que é um desastre cinematográfico em obras anteriores (Muito Gelo e Dois Dedos D’água, Se Eu Fosse Você... e outras baboseiras...), mas parece que insiste no erro. Os planos das pessoas descendo escadas sem necessidade e o excesso de closes são marcas registradas do diretor que tem orgulho de ser da TV. Esqueceu talvez que a tela seja um pouco maior.

Atuações??? Existem, mas vou deixar para comentar no próximo parágrafo. Tem o Gianecchini que é fraco, sem expressão e tem conciência disso. Também há o Fábio Assunção, que faz brilhantemente o papel de... Fábio Assunção!!! Glória Pires tenta ser convincente, mas é prejudicada pelo fraco roteiro e pela fraco diretor, tornando-se um alvo quase cômico no filme (E olha que ela é a antagonista).

Agora podemos falar realmente de atuações (entende-se: Atuação, no singular...). Débora Falabella é a única coisa plausível dentro dos martirizantes 134 minutos. Além de linda, encarna sua Luísa de forma brilhante, fazendo o espectador sofrer a angústia dela apenas por olhar em seus olhos. Mesmo com as limitações de roteiro e de contracenantes ela consegue arrancar da platéia a emoção que o filme precisa.

Primo Basílio, na verdade, nunca tinha que ter existido. É um filme extremamente limitado, que usa de atores globais medianos e um clássico da literatura para ganhar uns “Royalts” com pais de família desavisados. E não digo nada que será escolhido pela Ancine para concorrer o Oscar de filme estrangeiro.


Obs: Essa crítica é um oferecimento de PORTO SEGURO SEGUROS, DIMEP, e OMO. (que foi??? O filme também tem "Merchan"... e olha que em 1950 nem existia o programa do Milton Neves...)


Cotação (*)(*)(*)



Enviado por Adriano (O Editor)